A Austrália anda com azar: anteontem entrou na atmosfera terrestre um meteorito (fragmento de asteróide) com o tamanho de um sofá grande ou de um carro. Vinha a voar no escuro contra a Terra a uma velocidade de 44.096 km/h ou de 27,400 milhas por hora. Por ser pequeno desintegrou-se na atmosfera a cerca de 31,5 Km de altitude, mas se tivesse embatido contra o solo, teria causado muitas mortes.
A título de comparação, Phil Blan professor na Universidade de Curtin, citado pelo Daily Star, utiliza o impacto da bomba de urânio que explodiu em Hiroshima a 6 de Agosto de 1945, produzindo na altura uma força de 15 quilotoneladas. Isto porque se estima que a libertação de energia aquando da explosão deste meteoro na atmosfera, tenha criado uma força de 1,6 quilotoneladas (ou a força de uma bomba atómica pequena). Recorde-se que a bomba de urânio sobre Hiroshima matou nos 2 a 4 meses seguintes entre 90 a 166 mil pessoas, por efeitos de radiação (queimaduras e envenenamento radioactivo).
As explosões nucleares deixam um rasto muito vivo da sua acção. 70 anos depois, aliás em Março deste ano (2019) ainda é possível encontrar vestígios resultantes da explosão nuclear de Hiroshima. A descoberta foi anunciada por Mario Wannier, um dos responsáveis pela descoberta, e objecto de comunicado científico.
A vitrificação dos fragmentos (fenómeno pelo qual a temperatura aumenta de tal maneira que derrete a própria rocha, deixando-a com o aspecto do vidro), lembrou o investigador de sedimentos que tinha observado no passado, no limite do Cretáceo-Terciário ou seja, resultantes da explosão que extinguiu os dinossauros.

“Terra está numa carreira de tiro que é incontrolável”
Esta frase é do Vice-Presidente da Sociedade de Astronomia do Sul da Austrália, Paul Curnow, a propósito do bolóide (bola de fogo) que de surpresa às 22:45 iluminou os céus de Adelaide e Melbourne com uma explosão gigantesca.
Paul Curnow sabe do que fala: há 360 milhões de anos um asteróide gigante chocou contra a Austrália, causando uma explosão que deixou vestígios até aos dias de hoje, numa cratera com o diâmetro de 200 Km.
Vejamos o asteróide ou meteorito que caiu na cidade de Chelyabinsk na Rússia, a 15 de Fevereiro de 2013. Com apenas 20 metros de diâmetro provocou uma onda de choque que estilhaçou vidros e feriu centenas de pessoas na cidade de Chelyabinsk. Podemos observar neste vídeo o resultado da onda de choque proveniente deste impacto.
Tal como referi atrás, o asteróide de Chelyabinsk tinha apenas 20 metros. O asteróide que chocou com a superfície da Terra há 360 milhões de anos não tinha 20 metros mas sim 20 quilómetros de diâmetro, ou seja mil vezes o tamanho daquele que chocou contra a povoação de Chelyabinsk.
A equipa de Glikson que estuda esse grande impacto do passado, afirmou que poderia ser afinal este asteróide (o que embateu na Australia), que causou a extinção dos dinossauros. Quem sabe? Houve vários impactos gigantescos ,como se pode ler no artigo que recomendamos no final…
E em Maio deste ano…
…Em Maio deste ano o Administrador da NASA, Jim Bridenstine, teve um discurso algo inquietante para o público que o ouvia (29 de Abril) na International Academy of Astronautics’ 2019 a propósito da Conferência da Defesa Planetária, que decorreu em College Park no Maryland. E no vídeo, Bridenstine afirma categoricamente que a possibilidade de sermos atingidos por um asteróide é uma possibilidade muitíssimo real, e que não se trata apenas de uma “fantasia de Hollywood”.
A primeira missão de redirecionamento de um asteróide (a DART) está agendada para 2022, e essa é a missão que nos vai começar a treinar para desviar asteróides do planeta Terra. É importante, porque as experiências que a Defesa Planetária tem feito não têm corrido muito bem…
Esta é a verdadeira ameaça! Nada existe de tão perigoso para a sobrevivência da espécie humana. Do ponto de vista de probabilidades, a possibilidade de alguém ser vítima de um impacto de um asteróide foi calculado de uma em setecentas mil. É uma taxa maior do que a possibilidade de se ser atingido por um raio, e menor do que a de ser morto por tubarão.
Mas com efeito, um estudo feito entre 2007 e 2016 mostra que morrem nos EUA cerca de 27 pessoas em média, atingidas por raios. Só que em 2009 houve 35 mortes e em 2016 houve 40 mortes, o que hoje à probabilidade. E durante o ano de 2018 houve 101 ataques de tubarão, embora a média de ataques por ano seja de 16 ataques.
Meteorito de Tunguska
Porque as probabilidades são importantes, no próximo dia 30 de Junho é o Dia Internacional do Asteróide. Esta data foi instituída pela Assembleia Geral das Nações Unidas em memória do evento de Tunguska, quando um asteróide chocou contra esta zona da Rússia, a 30 de Junho de 1908.
Esse impacto destruiu oitenta milhões de árvores, numa área de dois mil quilómetros quadrados de floresta. Estima-se que a explosão tenha sido equivalente à detonação de entre 5 a 30 megatoneladas de TNT, sendo que o mais provável é que tenha sido entre as 10 e as 15 megatoneladas, correspondendo a 1000 vezes a força da bomba de urânio lançada sobre Hiroshima e com cerca de um terço da força da Bomba Tsar, lançada em 1961 no arquipélago de Nova Zembla, no Ártico. A bomba Tsar criada pelos russos tinha uma força de 58 megatoneladas.
O evento de Tunguska tem sido alvo de diversas teorias da conspiração por apresentar uma característica única no impacto de asteróides: não provocou uma cratera!
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Impacto de asteróide: houve uma experiência para testar as defesas