Precisamos mesmo de um robot de aspeto kawaii que não serve nenhum propósito útil? Os criadores do Kiki acham que sim. A aposta é no ainda incipiente campo dos robots como companheiros para os humanos. Um campo que não tem uma grande utilidade técnica, mas com enorme potencial no apoio emocional e interação social humano-máquina.
Kiki: Empatia com o Robot
São os seus olhos a primeira coisa que salta à vista. Grandes e expressivos, ocupam grande parte do ecrã curvo que forma o rosto deste robot. O seu aspeto faz recordar o de um pequeno gato ou cão. Reage à presença do seu utilizador, evoluindo os seus comportamentos de acordo com a interaçao. O Kiki não pretende ser mais do que um companheiro robótico, que simula reações similares às de um animal de estimação. Combina robótica com inteligência artificial para se adaptar aos comportamentos dos seus utilizadores. Compreende algumas palavras e tons de voz. É capaz de interagir com os seus utilizadores e outros robots. Tem de ser alimentado, e apresenta comportamentos que podem oscilar entre o excitado e o deprimido, dependendo da interação. Os seus criadores assumem que este robot não serve rigorosamente para nada, exceto servir como um simples companheiro para os seus utilizadores. E isso pode ser muito importante.
O campo da robótica afetiva tem vindo a assumir um papel crescente na investigação sobre esta tecnologia. O seu objetivo é utilizar robots como substitutos emocionais, não substituindo o contato humano, mas permitindo a exploração destas vertentes em contextos muito específicos. Como, por exemplo, dar a idosos o conforto emocional de ter um animal de estimação , sem os problemas trazidos pelo conflito entre as suas dificuldades motoras e os cuidados com um animal. Ou no trabalho com crianças autistas, em que robots são usados para as ensinar a reconhecer e lidar com emoções nos outros, em ambientes seguros para portadores desta caraterística neurodiversa. Um campo que também desperta alguns temores, como o da substituição do contato humano por máquinas que não passam de simulacros. Já o campo dos robots companheiros domésticos tem-se mostrado dificil para quem investe nestas tecnologias. O Kiki é um projeto que se sucede ao Jibo. Este robot social nasceu do grupo de trabalho de Cynthia Breazeal no MIT e chegou a ser comercializado. Mas a sua baixa rentabilidade ditou o seu fim, e os utilizadores reportaram sentimentos de desolação com a morte dos seus Jibos – essencialmente, o momento em que foram desligados os servidores remotos que permitiam a estes pequenos robots interpretar gestos e comandos dos seus utilizadores. Antevendo este problema, os criadores do Kiki optaram por um sistema interno, que não depende de memória externa.
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