O Regresso à Lua em 2024 com o Programa Artemis: A pandemia tem afectado o mundo inteiro mas a corrida espacial não pára. O mês de Julho tem ficado marcado por um conjunto de notícias tanto positivas como negativas, sobre o regresso à Lua em 2024, sendo que desta vez será para iniciar a construção de uma base lunar.
Financiamento para o regresso à Lua
Desde logo na primeira semana do mês de Julho os parlamentares da House of Representatives propuseram reduzir para um quinto o financiamento que era esperado pela Administração Trump e pela NASA para o seu programa de alunagens. Como tal o Administrador da NASA, Jim Bridenstine reagiu e explicou que o orçamento aprovado seria apenas um “tiro de abertura” para aquilo que efectivamente será necessário, e que portanto o assunto seria discutido no Senado. Uma vez que se trata de uma guerrilha partidária (a House of Representatives é controlada pelos democratas), não se espera que o assunto encerre aqui…
Resumidamente foram aprovados US $ 22,63 bilhões para a agência espacial no ano fiscal de 2021, o mesmo orçamento que a NASA recebeu para o ano fiscal de 2020. O número fica aquém do pedido do governo Trump que coloca a meta nos US $ 25,246 bilhões para o próximo ano.
Estes gastos suplementares solicitados ao Congresso, cerca de US $ 8,761 bilhões a mais, visam colmatar as falhas do novo sistema de lançamento espacial (o SLS Moon), e para trabalhos de exploração profunda da Lua, o que compreende mais desenvolvimentos da capsula Orion, mais sistemas de pouso lunares, e o desenvolvimento de uma nova estação espacial no espaço Cis-lunar mais conhecido por Gateway, que servirá de apoio.
Para se ter noção, só para o Sistema de Aterrissagem Humana (HLS) são necessários US $ 628,2 milhões de financiamento, que devem começar a ser aplicados já este ano.
Sem recuar a NASA já anunciou contratos com três equipes industriais em abril para avançar nos conceitos de um Sistema de Aterragem Humano: Uma equipe liderada pela Blue Origin – com a participação de Lockheed Martin, Northrop Grumman e Draper – ganhou um contrato de US $ 579 milhões. A Dynetics e a SpaceX receberam acordos no valor de US $ 253 milhões e US $ 135 milhões, respectivamente.
Porque a NASA deseja colocar os EUA na liderança do Espaço, e a Lua é o ponto de partida para isso, uma vez que tem minério, água e muito menos gravidade do que a Terra, sendo portanto mais fácil lançar missões em Deep Space, espera-se que durante os próximos 2 a 3 anos se consigam negociar posições que possam dar um apoio bi-partidário ao Programa Artémis- início da colonização da Lua até 2024.
Os astrónomos querem ajudar a NASA
O regresso à Lua em 2024 significa um salto na Humanidade. A possibilidade de utilizar a Lua como posto avançado no Espaço, traz oportunidades únicas à Ciência e que começam a interessar os vários campos do conhecimento que podem beneficiar de uma presença humana na Lua.
As razões são simples: hoje em dia as restrições científica e logísticas no acesso à Lua são cada vez mais diminutas. A capacidade de lançamento pesado, a reutilização de foguetes, a facilidade em manobrar no Espaço, o treino dos astronautas e conhecimento que se tem da vida em ambiente espacial, a capacidade que temos de fazer montagens no Espaço, “encurtaram” o caminho até ao nosso satélite natural.
Para além disso, o facto de já se ter descoberto água sobre a forma de gelo e sabendo-se que a Lua é rica em minério, tornou o nosso satélite natural na base perfeita de operações para iniciar uma presença sustentada na Lua. É aliás no seguinte destes avanços que é hoje em dia possível desenhar uma missão como o Programa Artemis.
Veja-se por exemplo este Tweet do Presidente da Mars Society, Dr. Robert Zubrin:
My company, Pioneer Astronautics, has been awarded by #NASA to develop technology to produce oxygen and steel from lunar regolith.#Moon #Mars #Space #Science #Artemis #MarsSociety #SpaceX https://t.co/kExxAaDV59
— Robert Zubrin (@robert_zubrin) July 8, 2020
Estes avanços não têm passado ao lado da comunidade de astrónomos que recorda que na missão Apollo XVI em 1972 carregava um telescópio ultravioleta que o astronauta John Young utilizava para visualizar nebulosas, estrelas e a atmosfera da Terra. E também a missão Chang’e-3 da China, que pousou na Lua em 2013, transportou um telescópio ultravioleta.
Por esta razão a 28 de Maio deste ano, estes factos foram lembrados no Workshop Virtual de Ciência da Superfície Lua por Heidi Hammel, astrónomo da Associação de Universidades para Pesquisa em Astronomia.
Segundo este astrónomo, a possibilidade de uma presença humana na Lua abre possibilidades científicas importantes como por exemplo a instalação destes instrumentos na Lua ou na sua órbita, o que apresenta possibilidades de observação que não dispomos na Terra.
O mesmo Hammel explicou que as observações ultravioletas em geral são “tentadoras”, uma vez que esses comprimentos de onda não podem ser estudados a partir da superfície da Terra. “A mesma atmosfera que protege a vida na Terra de ser frita por radiação ultravioleta também impede que os telescópios terrestres estudem a radiação ultravioleta astronómica. Mas não há atmosfera para interferir na lua.”
Esperamos assim que juntamente com a primeira mulher a pisar a superfície da Lua em 2024, que o Programa Artemis leve também a bordo potentes telescópios que permitam continuar os estudo dos exoplanetas, trazendo-nos novos dados.
Protecção Planetária com regras novas…
Chamamos “Protecção Planetária” aos princípios norteadores de uma missão interplanetária, no que diz respeito aos cuidados a ter para evitar a contaminação biológica de um corpo celeste e também de evitar que, principalmente nas missões em que existam o retornar de amostras, que se possa trazer de volta à Terra organismos ou formas de vida desconhecidas (e eventualmente nocivas).
O problema da contaminação lunar foi levantado pela primeira vez no VII Congresso da Federação Internacional de Astronáutica, em Roma, em 1956. Em 1967, os EUA, a URSS e o Reino Unido assinaram o Tratado do Espaço Exterior das Nações Unidas, consagrando a proteção planetária no artigo IX deste tratado.
Actualmente todas as nações de todo o mundo com interesses no Espaço assinaram este compromisso, embora exista ainda uma situação pouco clara com algumas nações que tendo assinado não ratificaram este acordo, com é o caso dos Emirados Árabes Unidos, Síria e Coréia do Norte.
Agora a 13 de Julho a NASA anunciou que está a rever e a clarificar os vários pontos norteadores das próximas missões à Lua e a Marte, no que diz respeito às disposições da Protecção Planetária… E isso é um sinal claro que as missões humanas estão para breve, e que vivemos numa altura de mudança da humanidade para o Espaço.
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Uma destas mulheres vai começar a colonização da Lua em 2024
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