Para esta semana, fala-se do novo romance a roçar a FC de Ishiguro, de leituras duras de banda desenhada, ou do horror cósmico de Lovecraft. Na tecnologia, a robótica tem um enorme destaque, entre sentimentos de empatia, ética e drones. Ainda se fala de realidades fragmentadas, de restauros de arte romana em Pompeia, e das agruras da vida marciana. Mais leituras intrigantes vos aguardam, nas Capturas da semana, entre o artificial e o real.
Ficção Científica e Cultura Popular
Madagascar Incident: Àquela altitude, é tipo kamikaze.
Kazuo Ishiguro’s Radiant Robot: Fico com a sensação que Ishiguro é um camaleão literário, que a cada novo romance assume o aspeto de todo um género literário. Tem glosado o horror, a fantasia, e agora mergulha de chofre na ficção científica no seu novo livro, sobre inteligência artificial, vida artificial e emoções. Fiquei curioso, embora sem grandes esperanças. Como conheço o género, suspeito que será mais uma variação entre Der Sandmann e Pinochio.
Grass – Keum Suk Gendry-Kim: Esta leitura do Rascunhos parece-me deveras inquietante, um olhar sobre um dos episódios mais sórdidos e mal resolvidos da história do século XX – o das mulheres coreanas forçadas a prostituir-se nos bordéis do exército imperial japonês. Mulheres que foram vítimas de tudo, de infâncias na pobreza, de um império que as considerava menos que humanas, e posteriormente de um país independente que as via como maculadas.
The Lie at the Heart of the Western: A grande surpresa deste artigo é descobrir que o Western ainda é um género literário. Mas, em vez das histórias clássicas (e bastante xenófobas) do herói que triunfa no selvagem oeste, temos autores de etnia índia a revisitar o Velho Oeste com o seu olhar traumatizado pela história.
The Robot Terror: Não há fuga possível ao horror automático.
One Hundred Tales: Stories of Japan’s Cute and Creepy “Yōkai”: Do sempre fascinante mundo do sobrenatural japonês, repleto das mais bizarras tradições. Ainda não li estes relatos, parte da cultura clássica nipónica, mas posso recomendar vivamente o mangá Nonnonba, de Shigeru Mizuki, que cruza recordações de infância com este riquíssimo substrato de lendas tradicionais, bizarras, assustadora, surreais, tocantes e às vezes um pouco patetas. Resquícios de um mundo onde a escuridão despertava os medos.
De ‘Providence’ a ’30 Monedas’: analizamos las relecturas de H.P. Lovecraft junto a tres expertos en Horror Cósmico: A influência de Lovecraft é inseparável do terror contemporâneo, por vezes de formas pouco óbvias. Tudo o que tiver um toque cósmico, de estranheza quase surreal, de confronto entre conservadorismo e modernidade, nasce neste idiossincrático autor americano que, por pouco, não caiu na obscuridade.
Revista Magazine de Ficção Científica nº 3: O SciFi Tropical está a fazer um trabalho excelente de arquivo digital e divulgação da FC clássica do Brasil. Desta vez, oferece-nos uma versão epub do terceiro número da edição brasileira da revista Magazine de Ficção Científica.
Chesley Bonestell: Se há grande mestre da arte em ficção científica, é Bonestell.
Sci-fi authors love the word “tomorrow.”: Bem, a FC é essencialmente o imaginário do amanhã artificial…
Why do most spaceships in sci-fi have their guns on backwards?: Bem visto, em termos de estratégia militar, as naves espaciais da FC popular seriam alvos demasiado fáceis.
Planeta Psicose – Ricardo Santo: Tenho andando um pouco distante de livrarias (pudera, estão fechadas!) e este lançamento da Escorpião Azul passou-me ao lado. Pela análise do Rascunhos, parece-me ser uma cena batshit crazy, ou seja, daquelas que é exatamente o que o médico receitou para suportar os tédios do confinamento e as agruras da escola online. Teorias insanas da conspiração levadas ao absurdo?
Tecnologia
The Appearance of Robots Affects Our Perception of the Morality of Their Decisions: Ou seja, se um robot nos parecer simpático, aceitamos mais facilmente ações perigosas ou imorais. O que não é nada de novo, é esse o efeito psicológico que os vigaristas são exímios em explorar.
When Robots Enter the World, Who Is Responsible for Them?: Ética e responsabilidade na robótica são questões cada vez mais prementes, à medida que estas tecnologias integram a economia e sociedade. Nestas entrevistas a investigadores e empresários, fica claro que assumem à partida um compromisso ético de controlar os usos a que os robots que vendem se destinam, e se o entenderem, negar o acesso à tecnologia. Claro que isto é daquelas coisas, sabemos que haverá sempre empresas com princípios éticos, e haverá aquelas que só querem lucrar a qualquer custo.
Will Robots Make Good Friends? Scientists Are Already Starting to Find Out: Os robots são máquinas, mas nós conseguimos formar elos emocionais mesmo sabendo que são objetos, e as suas ações mera programação. Com o evoluir da robótica, com o desenvolvimento de sistemas e algoritmos cada vez mais complexos, com um simular cada vez mais aperfeiçoado de ações e emoções, é previsível que este fator de proximidade emocional se aprofunde, mesmo perante o artificial.
Robotics roundup: Algumas notícias que mostram a forma como a robótica se está a integrar na economia. O uso de robots para policiamento é um desenvolvimento preocupante, se bem que não inesperado.
Lyra: A New Very Low Bitrate Codec for Speech Compression: Se nos dias de hoje a saturação das redes é notória, com o vídeo online (entre os serviços de streaming e as videoconferências que se tornaram fundamentais em muitos setores de atividade) a esgotar a capacidade da largura de banda, a Inteligência Artificial pode ajudar. No caso, com codecs (algoritmos de compressão) mais eficazes, que usam aprendizagem automática para elevadas taxas de compressão sem perder qualidade sonora.
Modernidade
If Aliens Exist, Here’s How We’ll Find Them – Issue 97: Wonder: Com muito esforço científico, e métodos tecnológicos para analisar os indícios que nos chegam dos astros.
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